InícioInvestimentosO que são ações, quais os tipos e como comprar ações e...

O que são ações, quais os tipos e como comprar ações e investir?

Se você está começando a conhecer agora o universo do mercado financeiro, provavelmente já descobriu que as ações são um dos melhores investimentos para o longo prazo.  

Para começar a investir nesse tipo de ativo, porém, é fundamental ter conhecimento sobre o assunto. Por isso, com o objetivo de te ajudar nessa jornada, vamos responder neste artigo algumas das principais dúvidas sobre o tema: o que são ações? Quais são os tipos? Como comprá-las? 

Se você tem algumas dessas dúvidas, está no lugar certo! Siga com a gente e saiba tudo sobre as ações para fazer os melhores investimentos para a sua carteira. 

O que são ações
Entenda o que são ações e como investir nessa classe de ativos (Foto: Unsplash)

O que são as ações? 

Uma ação é uma pequena fatia de participação em uma empresa. 

Muitas pessoas gostam de fazer a analogia com uma pizza. Ao comprar ações, você está comprando uma fatia de uma empresa. A grande diferença é que, enquanto a pizza tem geralmente oito pedaços, as companhias são divididas em milhões de partes entre os acionistas.  

Portanto, caso você queira adquirir parte da participação de determinada empresa, você deve comprar as ações dela. 

Quando essa companhia tem o que chamamos de capital aberto, ela negocia as suas ações na bolsa de valores.  

É aí que entra você, investidor pessoa física. Com alguns reais no bolso e abrindo uma conta em uma corretora, você já está apto para comprar ações das principais empresas do Brasil e do mundo e usufruir dos resultados delas.  

Quais são os tipos de ação? 

Agora que você já sabe o que são ações, vamos te explicar quais são os principais tipos. No Brasil, elas são divididas principalmente em três classes. Veja a seguir: 

Ações ordinárias (ON) 

As ações ordinárias, também conhecidas como ON, são aquelas em que o código (ticker) possui o final 3. 

Exemplos: OIBR3, VIIA3, MGLU3, VALE3. 

Ela possui duas principais vantagens para os investidores:  

  • Direito a voto nas assembleias da empresa; 
  • Todas as ações ordinárias têm tag along de no mínimo 80%. 

Em relação ao voto nas assembleias, não é lá uma grande vantagem para o investidor com pouca participação na empresa. Isso porque somente quem tem grande posição na companhia consegue ter influência suficiente para definir os rumos do negócio. 

Em contrapartida, a questão do tag along é extremamente relevante. Esse termo se refere a um mecanismo de proteção ao acionista minoritário.  

Em caso de venda da empresa para outro grupo societário, o tag along garante ao acionista minoritário o direito de se desfazer das ações por um valor de ao menos 80% de venda feita pelos acionistas majoritários. 

A vantagem é que qualquer ação ordinária possui tag along de no mínimo 80%. No caso das preferenciais, algumas não possuem essa vantagem.  

Existem algumas ações que possuem inclusive tag along de 100%, ou seja, você pode vender as ações pelo mesmo valor dos acionistas majoritários em caso de troca de controle da empresa.  

Entre essas estão as companhias listadas no que chamamos de Novo Mercado. 

Para emitir esse tipo de ação, a empresa precisa seguir à risca uma série de exigências da bolsa de valores brasileira, a B3. O objetivo é garantir transparência e maior proteção para os acionistas minoritários.  

As ações do Novo Mercado são todas negociadas com o final 3. Portanto, só são emitidas ações ordinárias.   

Vale ação ordinária novo mercado
A Vale é uma ação que faz parte do Novo Mercado (Foto: Divulgação)

Ações preferenciais (PN) 

Do outro lado temos as ações preferenciais, também conhecidas como PN. Elas são aquelas negociadas com final 4. 

Exemplos: PETR4, ITSA4, TIET4, BBDC4. 

No caso das ações PN, a principal vantagem é a preferência no recebimento de dividendos.  

Além disso, quando falamos da bolsa brasileira, as ações preferenciais costumam ter uma maior liquidez em relação às ordinárias. Ou seja, de modo geral é mais fácil de negociá-las, o que é sempre um ponto positivo para o investidor. 

Vale destacar também que existem o que chamamos de ações preferenciais classe A e classe B.  

As ações preferenciais classe A possuem final 5. Já as ações preferenciais classe B têm final 6.  

Exemplos: USIM5, CPLE5, BRKM5, BRSR5.  

Exemplos: USIM6, CPLE6, BRKM6, BRSR6. 

Não existe um padrão para diferenciar os benefícios de cada uma. As vantagens normalmente são divulgadas no estatuto social das empresas, presentes no site de relacionamento com o investidor (RI) das companhias.  

Além disso, a liquidez delas também varia para cada empresa. Algumas negociam mais as preferenciais classe A e outras a classe B. Por isso, é importante sempre consultar esse fator antes de investir. 

Units 

Para fechar, temos as units. Elas são negociadas com o final 11.  

Exemplos: SULA11, KLBN11, SAPR11, ALUP11. 

As units consistem em um pacote de ações ordinárias e preferenciais. 

Geralmente, é composta por 1 ação ordinária e 2, 4 ou 6 ações preferenciais.  

Elas são emitidas geralmente com dois objetivos: 

  • Gerar mais liquidez aos ativos da empresa, aumentando as negociações de ações. 
  • Mecanismo de proteção dos controladores, que conseguem evitar que algum grande investidor faça um aporte suficiente para tomar o controle da empresa. Isso porque as ações ordinárias, que dão poder de voto nas decisões da companhia, estão diluídas no meio de diversas preferenciais. 

O preço das units costuma ser a somatória do número de ações ordinárias e preferenciais que o pacote possui.  

Para saber com mais profundidade sobre os diferentes tipos de ação, confira o nosso artigo completo sobre o tema.  

Blue Chips 

Existe também uma forma de separar as empresas de acordo com o tamanho delas. Essa comparação, porém, serve mais para o momento da análise da companhia do que propriamente ao comprar ações delas na prática. 

Para as ações de grande porte, damos o nome de Blue Chips. 

Esse termo é oriundo dos jogos de cassino, onde as fichas azuis são as mais valiosas entre todas. 

Portanto, as empresas Blue Chips são aquelas que possuem maior tamanho, estão financeiramente mais estáveis e possuem um tempo maior de maturação.  

Por exemplo: Vale (VALE3), Itaú (ITUB4), Petrobrás (PETR4), Ambev (ABEV3).  

Essas são as opções que os investidores procuram quando querem menos risco e um retorno sólido.  

A Petrobrás é uma Blue Chip
A Petrobrás é uma Blue Chip (Foto: Divulgação)

Mid caps 

As empresas mid caps são aquelas com média capitalização. Ou seja, estão entre as blue chips e as small caps. 

Portanto, ela possui característica híbrida entre as outras duas categorias. Ela é uma empresa mais sólida e com maior liquidez em relação às small caps, mas ao mesmo tempo tem maior potencial de crescimento em relação às blue chips. 

Exemplos: Raia Drogasil (RADL3), MRV (MRVE3), Embraer (EMBR3).  

Small caps 

Já as small caps são as empresas com baixa capitalização e menor liquidez.  

Ao mesmo tempo que elas apresentam mais riscos, por serem empresas que necessitam de maior maturação para se tornarem sólidas, elas também possuem um melhor potencial de retorno.  

Portanto, elas têm mais chances tanto de ser a melhor cartada do investidor quanto de ser o pior investimento. Por isso, é preciso olhar com cuidado e bastante sabedoria as smalls caps.   

Exemplos: Arezzo (ARZZ3), Grendene (GRND3), Simpar (SIMH3). 

Como o mercado de ações funciona? 

Mercado primário 

O mercado primário é o ambiente onde acontece a negociação entre o emissor de determinado ativo e o seu comprador. 

Portanto, no caso das ações, o processo de negociação no mercado primário é o que conhecemos como IPO: Initial Public Offering (Oferta Pública Inicial, em português).  

Quando uma empresa decide abrir o seu capital na bolsa de valores, ela precisa realizar um IPO. Dessa forma, as suas ações serão colocadas à venda para investidores que estão interessados em adquiri-las.  

Essa negociação acontece no que chamamos de mercado primário.  

Outro tipo de negociação que acontece no mercado primário é o processo de follow-on, que é quando uma empresa que já está listada na bolsa de valores decide emitir novas ações para venda.  

Por mais que se trate de uma empresa que já está negociando na bolsa, o conceito de mercado primário consiste na primeira negociação entre emissor e investidor. Portanto, o follow-on também acontece no mercado primário.   

Mercado secundário 

O outro ambiente de negociação de ações é o mercado secundário.  

Diferentemente do que acontece no mercado primário, no secundário as negociações ocorrem entre investidores. 

Ou seja, a partir do momento que a ação saiu da mão do emissor, que nesse caso é a empresa, todas as negociações seguintes acontecerão no mercado secundário.  

Portanto, as negociações que você investidor pessoa física fará no dia a dia da bolsa de valores serão realizadas no mercado secundário. 

Caso você decida entrar em um IPO ou um follow-on, aí sim as negociações serão feitas no mercado primário.  

Mercado de ações
O mercado secundário é onde são negociadas as ações no dia a dia (Foto: Unsplash)

Como comprar ações e investir? 

Agora que você já sabe o que são ações e outras questões teóricas sobre a bolsa de valores, chegou a hora de ir para a parte prática. Confira o passo a passo para comprar ações e começar a investir. 

1 – Defina os seus objetivos 

Investir não é uma ciência exata. É uma prática que se adequa de acordo com os objetivos de cada pessoa. Portanto, antes de começar a investir, defina o que você deseja com esses investimentos. 

Antes de mais nada, para começar a investir em ações você deve ter uma reserva de emergência formada. Ela é fundamental para você entrar na bolsa com tranquilidade e não correr o risco de ter que vender as suas ações em caso de necessidade nos momentos em que estiverem em baixa.  

Para quem não sabe, a reserva de emergência é uma quantia que você deve guardar para imprevistos, como perda de emprego, questões de saúde etc. Ela deve ter entre 6 e 12 meses dos seus custos mensais e ser colocada em investimentos com alta liquidez — que podem ser sacados de forma imediata.   

Feito isso, você pode começar a pensar nos seus objetivos com investimentos. Se é, por exemplo, focar em crescimento, você deve escolher empresas que tenham essa característica. Já se o foco é renda, talvez a melhor opção seja ações sólidas pagadoras de dividendos.  

A sua estratégia será consolidada ao longo do tempo e com ganho de conhecimento.  

O importante em um primeiro momento é somente saber que as ações são investimentos que devem ser vistos como de longo prazo. Portanto, invista pensando que você pode ter que segurar esses ativos por longos anos para ver os resultados chegar. Com isso, você evita prejuízos nos momentos de medo.  

2 – Conheça o seu perfil de investidor 

O segundo passo complementa o primeiro. Antes de entrar na bolsa de valores você deve definir os seus objetivos, conforme falado anteriormente, e a melhor forma de conseguir saber qual é o seu é conhecendo o seu perfil de investidor. 

As próprias corretoras possuem esse teste no momento da criação da conta. Portanto, responda o questionário e descubra se você é um investidor conservador, moderado ou agressivo. Isso vai ser crucial para saber quais tipos de ativos são melhores para os seus objetivos.   

3 – Abra uma conta em uma corretora 

O terceiro passo é já ir para a prática. Abra a conta em uma corretora, faça o seu teste de perfil de investidor e fique apto a investir o quanto antes. 

Muitas pessoas deixam de investir por conta da procrastinação ou por esperar o melhor momento. No entanto, é somente na prática que você aprenderá como investir da melhor maneira.  

Portanto, não deixe para depois! Faça uma pesquisa de corretoras, de preferência escolha uma que ofereça taxa zero para operação de ações, e comece a aprender na prática! 

4 – Escolha uma ação 

Agora chegou a hora de selecionar os ativos para a sua carteira. Se você ainda é inexperiente no mercado financeiro, faça a opção por ações de empresas mais sólidas e que sofram menos volatilidade. Dessa forma, você evita a possibilidade de susto inicial ao ver os seus papéis caindo drasticamente.  

Escolhendo ações
Escolha as suas ações com estudos aprofundados sobre os ativos (Foto: Unsplash)

É importante ressaltar mais dois pontos. O primeiro é que, mesmo que você comece com pouco, tente diversificar a sua carteira desde o início. Dessa maneira, você evita perder muito dinheiro por apostar em uma ação só e já começa a investir diminuindo o risco de sua carteira. 

O segundo é um ponto ainda mais importante. Estude a fundo os ativos que você vai escolher. Se você ainda não se sente confiante para selecionar essas opções por conta própria, então busque a ajuda de analistas experientes.  

Você pode, por exemplo, fazer uma assinatura de uma casa de análises de ativos, como é o caso da Spiti. Dessa forma, você vai ter indicação de especialistas certificados sobre o que comprar no momento e ao mesmo tempo aprende a analisar as ações ao ler os relatórios divulgados.    

5 – Faça a compra 

Agora que você escolheu quais ações comprar, chegou a hora de investir na prática. Para isso, basta acessar o home broker de sua corretora e realizar a compra inserindo o código da ação. 

Como a explicação de como comprar necessita de um único artigo separado, vamos compartilhar com você nosso outro blog post que ensina como comprar ações na prática. Confira o passo a passo e aprenda de forma detalhada.  

6 – Acompanhe os resultados e faça a gestão da carteira 

Agora você comprou e pronto! Só esperar os resultados virem, não é mesmo? 

Nada disso!  

Agora vem a parte que mais exige disciplina do processo.  

Você deve seguir acompanhando os resultados das empresas e fazer a gestão da carteira de forma periódica. 

Tente revisar as premissas das empresas que você comprou pelo menos uma vez ao ano. Dessa maneira, você consegue identificar se a companhia mantém os seus fundamentos ou se talvez você precise rever a sua posição.  

Além disso, siga fazendo aportes constantes para que o efeito dos juros compostos comece a aparecer nos seus investimentos! 

Como as ações são tributadas? 

Para fechar, vamos falar sobre as tributações que incidem nos investimentos. Confira! 

Operações regulares 

As operações “regulares”, que também podemos chamar de Swing Trade, oferecem algumas vantagens. A primeira delas é que existe uma isenção de impostos em vendas mensais de ações até o valor de R$20.000. 

Ou seja, se você fizer uma negociação de venda de até R$19.999 dentro de um mês, você não paga imposto nenhum.  

Caso você exceda esse valor, o imposto sobre o lucro é no valor de 15%. Para pagar esse valor, você deve emitir uma DARF, que deve ser quitada até o último dia útil do mês seguinte à transação. 

Vale lembrar também que vendas com prejuízo não são tributadas em nenhuma situação. Portanto, se a ação estiver negativa, você pode vendê-la sem pagar impostos.  

Day trade 

No caso das vendas em Day Trade, a tributação na operação é calculada em uma alíquota de 20% sobre o lucro. 

Esse cálculo é feito de forma mensal. Ou seja, você deve somar todos os lucros e prejuízos do mês para calcular se houve saldo positivo ou negativo.  

Se o saldo foi positivo, você deve pagar imposto sobre as operações.  

Vale lembrar que também é possível compensar prejuízos acumulados em operações de Day Trade. 

O que são ações: tributação
É importante se atentar aos impostos nas ações (Foto: Unsplash)

Proventos 

Vale lembrar também que existe influência de impostos nos proventos, mais especificamente nos juros sob capital próprio. 

Esse tipo de provento é tributado direto na fonte. Ou seja, ele é depositado na sua conta já com esse valor descontado, sem a necessidade de realizar nenhum procedimento. 

Em contrapartida, existem proventos que não são tributados. Esses são os conhecidos dividendos, que possuem isenção de qualquer tipo de imposto.  

Antes de encerrar o tópico, vale ressaltar que, apesar de existir diversas isenções de impostos nas ações, você não está livre de declará-las na sua declaração anual de imposto de renda. 

Portanto, se você investir um real que seja, você deve declarar o ativo.  

Caso tenha dúvidas de como fazer, confira o nosso artigo detalhado sobre o tema.  

Como ganhar dinheiro com ações?  

Para finalizar, você deve estar se perguntando: como eu ganho dinheiro efetivamente com ações? 

A real resposta está mais nas questões mentais do que práticas. 

Afinal, ganhar dinheiro no mercado financeiro só é possível com paciência, disciplina e conhecimento.  

Paciência para escolher boas oportunidades e esperar que elas rendam frutos, mesmo que passem por momentos conturbados no curto prazo. 

Disciplina para fazer aportes constantes e não perder o foco até que os efeitos dos juros compostos comecem a aparecer. 

E, além de tudo, sempre buscar conhecimento. Quanto mais você aprende sobre o mercado financeiro, mais você terá confiança para fazer as suas escolhas e mantê-las pelo tempo que for necessário para observar os grandes retornos. 

Para te ajudar com essa jornada de conhecimento, você pode contar com a gente! 

Na Finclass você encontra diversas aulas sobre investimentos com os maiores especialistas do mercado falando sobre temas variadas do mercado financeiro. 

Caso você tenha interesse em conhecer a nossa plataforma, clique no link e conheça os nossos professores e funcionalidades que oferecemos.     

Finclass Thiago Nigro e Nathalia Arcuri
Thiago Nigro e Nathalia Arcuri são professores da Finclass (Foto: Arquivo Finclass)

Conclusão 

Pronto! Agora você já sabe o que são ações, as principais categorias e o que considerar para comprar e investir nesses ativos. 

Basta agora você colocar em prática, começar a investir e seguir em sua jornada de conhecimento para se tornar cada vez mais um investidor melhor! 

Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
RELATED ARTICLES

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Most Popular

Recent Comments