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Renda Fixa: o que é, como funciona e principais investimentos

Já pensou em   investir, mas não sabe por onde começar, ou talvez tenha receio de aplicar seu tão suado dinheiro em ativos muito voláteis como as famosas ações? Então, este artigo é para você. Mais previsíveis e seguros, os investimentos de renda fixa permitem que o investidor saiba ou consiga prever quais os lucros que irá receber na data de resgate ou ao longo do período de aplicação.

Apesar disso, já adiantamos que nem tudo é tão óbvio quanto parece. Nem todo investimento de renda fixa conta com rentabilidade definida. Ou seja, mesmo que o termo possa dar a entender o contrário, o rendimento pode sim variar a depender do ativo e de suas especificidades. Complicado? Não tanto. Investimentos de renda fixa estão longe de ser um bicho de sete cabeças — e podemos te provar isso!

Caso queira saber como essas aplicações funcionam e como fazer dinheiro com elas, siga conosco. De maneira bastante descomplicada e completa, te apresentaremos todo o necessário para que você possa entender de vez o que é a renda fixa, quais são os investimentos existentes, como calcular seus rendimentos, quais as vantagens e as desvantagens desses ativos, e muito mais. 

Spoiler: no fim, há   um convite especial da Finclass para aqueles que saírem deste artigo ainda mais interessados em renda fixa do que antes de ter chegado aqui.

O que é renda fixa?

A renda fixa é uma categoria de investimento em que os rendimentos são conhecidos ou podem ser previstos com antecedência, antes mesmo da realização da operação. Isto é, ao decidir aplicar nesses papéis, o investidor tem, desde o princípio, ciência das regras de remuneração e de qual será o seu lucro no futuro.

Caracterizadas pela previsibilidade, essas aplicações são consideradas menos arriscadas que investimentos de renda variável, como as ações negociadas na Bolsa de Valores — cujos preços flutuam constantemente para baixo ou para cima, a depender de uma série de fatores internos e externos. 

São, por causa disso, os ativos mais indicados para investidores que ainda estão conhecendo o mercado, ou para aqueles que buscam bons retornos sem abrir mão da segurança do patrimônio já adquirido — os chamados “perfis conservadores“.

Como funciona o investimento em renda fixa?

A maneira mais fácil de entender o funcionamento de um investimento de renda fixa é visualizá-lo como um tipo de “empréstimo”. Isso porque, ao aplicar nesses papéis, o que o investidor faz, na prática, é “emprestar” seu dinheiro para alguma entidade, que está levantando fundos por meio da emissão de títulos de dívida.

Os recursos arrecadados pelo emissor — que pode ser uma empresa, uma instituição financeira, ou mesmo o governo — podem ser aplicados para financiar novos projetos, quitar dívidas ou para manter suas atividades. O investidor, por sua vez, é recompensado, na data de vencimento, com a devolução do valor aplicado acrescido de uma taxa de juros e ou correção monetária. Em algumas situações, recebe ainda parcelas regulares, chamadas de amortizações.

As normas para o rendimento dessas operações são pré-definidas, permitindo que o investidor saiba ou possa prever quando e o quanto receberá por seus aportes.

Os lucros são calculados segundo uma taxa fixa de rentabilidade, que pode ser: prefixada (segundo um percentual que se mantém inalterável) ou pós-fixada (quando segue um indicador econômico).  Mas vamos com calma! Dada a importância dessa taxa, explicaremos melhor cada uma dessas categorias logo abaixo:

Remuneração

A remuneração de uma aplicação de renda fixa vai depender da taxa de rentabilidade atrelada ao produto escolhido. Quanto a isso, existem três possibilidades:

  • Prefixada: investimentos que possuem uma rentabilidade fixada em um percentual mensal que se mantém o mesmo desde o inícioínicio até o fim da aplicação;
  • Pós-fixada e indexada: em investimentos pós-fixados, a rentabilidade acompanha algum índice de mercado, como o IPCA ou o CDI;
  • Híbridos: são títulos que somam uma taxa prefixada mais o valor de um índice determinado.

Rendimento

Com exceção dos investimentos com taxa de rentabilidade prefixada, o rendimento dos títulos de renda fixa está diretamente vinculado ao desempenho de um índice de mercado.

Via de regra, os quatro indicadores econômicos seguidos pelos investimentos de renda fixa são os seguintes:

  • Certificado de Depósito Interbancário (CDI): o CDI equivale à média dos juros de empréstimos realizados diariamente pelas instituições bancárias entre si. Esse indicador costuma ter um valor igual ou muito próximo ao Selic, e é seguido por algumas das aplicações de renda fixa mais populares, como os Certificados de Depósitos Bancários (CDB);
  • Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic): a Selic corresponde à taxa básica de juros da economia brasileira. Sua meta é determinada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central do Brasil (Bacen). Esse é o indicador referencial utilizado para remunerar quem investe no Tesouro Selic, por exemplo;
  • Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA): um dos indicadores mais relevantes da economia brasileira, o IPCA mede a inflação no país, servindo também como taxa referência para alguns investimentos de renda fixa, como é o caso do Tesouro IPCA+;
  • Taxa Referencial (TR): calculado diariamente pelo Bacen, o TR é estipulado por meio da média de taxas de CDBs pré-fixados, emitidos por 30 instituições financeiras. Esse é o indicador utilizado pelo investimento favorito do brasileiro: a famosa poupança.

Vale citar, ainda, que resgates antecipados de títulos com liquidez definida apenas para a data de vencimento só podem ser realizados por meio de negociação no mercado secundário. A rentabilidade, nesse caso, pode ser mais alta ou baixa a depender do momento da venda.

Tributação

A   tributação da maioria dos investimentos de renda fixa segue um padrão em comum: a Tabela Regressiva do Imposto de Renda. Como sugere o nome, trata-se de uma alíquota que diminui conforme passa o tempo: ou seja, quanto maior o prazo de permanência da aplicação, menor será esse valor — e vice-versa. 

Seus valores variam entre 22,5% e 15% sobre os rendimentos, conforme demonstrado abaixo:

Tempo de permanência da aplicaçãoAlíquota total do Imposto de Renda 
Até 180 dias22,5%
De 181 a 360 dias20%
De 361 a 720 dias17,5%
Mais de 720 dias15%

Além do Imposto de Renda, também há a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investimentos com resgates realizados em um período inferior a 30 dias

A cobrança deste tributo também é regressiva, partindo de 96% até chegar em 0%, conforme a relação de valores da seguinte tabela:

Dias decorridos até o resgateAlíquota de IOFDias decorridos até o resgateAlíquota de IOFDias decorridos até o resgateAlíquota de IOF
196%1163%2130%
293%1260%2226%
390%1356%2323%
486%1453%2420%
583%1550%2516%
680%1646%2613%
776%1743%2710%
873%1840%286%
970%1936%293%
1066%2033%300%

Explicado o funcionamento geral da tributação da maioria dos investimentos de renda fixa, é momento de sublinhar exceções e especificidades. São elas:

  • Investimentos isentos de IR: Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), debêntures incentivadas e poupança são os produtos que não contam com incidência de imposto sobre seus rendimentos;
  • Fundos de renda fixa de curto prazo: carteiras de fundos com investimentos com prazo médio de até 365 dias são tributadas com base em apenas duas alíquotas — 22,5% para aplicações mantidas por menos de seis meses e 20% para aqueles com resgates que ultrapassem esse tempo.

Antes de encerrar esse tópico, valem alguns lembretes. 

Primeiramente, tanto o IR, quanto o IOF incidem apenas sobre os rendimentos, ou seja, somente sobre o montante de juros recebidos pela aplicação. Assim, independentemente da alíquota, o valor investido inicialmente está protegido.

Por fim, lembre que toda aplicação de renda fixa deve constar na sua declaração de Imposto de Renda — mesmo aquelas isentas de taxação. Antes de investir em um desses títulos, não esqueça de considerar a tributação em suas prospecções de retorno. Como visto, essas taxas vão impactar diretamente a rentabilidade líquida de suas aplicações. 

Quais são as vantagens e desvantagens de investir em renda fixa?

Agora que você já entendeu todos os pormenores do funcionamento da renda fixa, é momento de ir mais a fundo e colocar as vantagens e desvantagens dessa modalidade de aplicação na balança.

Para te ajudar em suas considerações, sublinhamos, na sequência, os principais pontos positivos e negativos desses investimentos:

Vantagens de investir em renda fixa

Como já dissemos lá no começo, a renda fixa é um prato cheio para investidores que buscam diversificar a carteira, mas que não estão dispostos a tomar grandes riscos. Apesar disso, a segurança e a previsibilidade não são as únicas características positivas desses ativos. Entre as vantagens da renda fixa é possível citar:

  • Previsibilidade e segurança: ok, acabamos de dizer que essas não são as únicas vantagens, contudo, são as duas principais e merecem ser destacadas. Afinal, poder prever ou ter uma ideia mais assertiva do quanto se pode ganhar com um aporte é certamente o que leva a maioria dos investidores mais conservadores a optarem pela renda fixa. Além disso, a grande maioria desses ativos é assegurada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para valores de até R$250 mil por CPF ou CNPJ. Isso significa que o valor que você investir estará seguro a uma eventual quebra da entidade emissora;
  • Praticidade: investir e acompanhar suas aplicações em renda fixa é muito fácil. Os aportes são 100% digitais, permitindo que o investidor solicite as operações em um par de cliques. Além disso, ao contrário dos investimentos de renda variável, esses ativos não precisam ser acompanhados com frequência pelo investidor, uma vez que seus prazos e rendimentos já estão definidos. Basta aplicar e aguardar pelo vencimento ou pelas datas de pagamento da amortização;
  • Diversidade: a renda variável engloba uma ampla gama de produtos financeiros, cada qual com características específicas. Isso permite que o investidor forme uma carteira de investimentos bem completa, cobrindo uma grande variedade de objetivos, como ter acesso a liquidez, montar uma reserva de emergência, construir patrimônio e assim por diante;
  • Acessibilidade: além da previsibilidade, os aportes mínimos são outro chamariz da renda fixa para quem está apenas começando a investir. Alguns títulos, como os do Tesouro Selic, podem ser encontrados a partir de R$30,00;
  • Liquidez diária: por mais que boa parte dos produtos de renda fixa sejam pensados para o longo prazo, existem alguns ativos com liquidação diária. Ou seja, que podem ser resgatados a qualquer momento, sem nenhuma perda. São, assim, ideais para reservas de emergência e para quem vive de renda. Alguns exemplos são o Tesouro Direto, as LCIs e as LCAs.

Desvantagens de investir em renda fixa

É provável que, neste ponto, após ler todas as vantagens de investir em renda fixa, você possa até estar pensando que trata-se de uma opção perfeita, ou talvez esteja desconfiado se perguntando onde está a pegadinha. A verdade é que apesar de englobar aplicações mais seguras e previsíveis, essa classe de ativos possui suas desvantagens e não é livre de riscos, como pode dar a parecer.

Entre os principais riscos e desvantagens de investir em renda fixa estão:

  • Risco de crédito: ao investir em renda fixa, você está fazendo um empréstimo para uma instituição que precisa levantar fundos. Não há, portanto, como descartar a possibilidade que essa instituição afunde ainda mais a ponto de não conseguir cumprir com suas obrigações. Dito de maneira mais clara — há sempre a chance de levar um calote;
  • Risco de mercado: apesar de menos voláteis, essa classe de ativos também é suscetível ao desempenho do mercado, o que pode trazer prejuízos em situações onde o investidor precisa liquidar seus títulos antes da data de vencimento. Para ilustrar, basta imaginar a situação de um título prefixado quando a inflação aumenta. Nesse cenário, ao ser ajustado, esse papel perde valor, uma vez que seu retorno real — após descontado o efeito da alta do preço — se torna menos vantajoso;
  • Risco de liquidez: pode ser explicado como a dificuldade de converter um ativo em dinheiro vivo. Dito de outro modo, há a possibilidade de não encontrar quem queira adquirir seus papéis, caso você pretenda abrir mão deles antes do vencimento. Isso ocorre, por exemplo, com debêntures pouco negociadas no mercado;
  • Carência: alguns ativos de renda fixa não permitem solicitações de resgate antecipado. Em caso de urgência, o investidor tem que arcar com multas, comprometendo seu rendimento;
  • Rentabilidade: quanto maior o risco, maior o prêmio. Isso vale para cassinos, casas de apostas, corridas de cavalos e também para o mercado de capitais. Ou seja, por mais que a rentabilidade dos produtos de renda fixa possam ser atrativos, as chances de obter retornos elevados de maneira rápida, como ocorre na renda variável, são menores.

Dito isso, a segurança dos investimentos de renda fixa depende da solidez financeira da entidade emissora e das condições do mercado. Uma das maneiras de evitar os riscos de crédito, por exemplo, é optar pelos títulos públicos, dado que a chance do governo não honrar com seus compromissos é menor do que a de empresas privadas. 

Já a melhor forma para reduzir os riscos de mercado e criar uma margem de emergência é compor uma carteira diversificada. Para te ajudar nisso, na sequência, te apresentamos, de maneira resumida, os principais produtos de renda fixa do mercado:

Exemplos de principais investimentos de renda fixa

Entendido o conceito de renda fixa, seu funcionamento, rendimentos e custos, é momento de avançar uma casa e estudar os principais tipos de produtos englobados por essa classe de investimento. Pronto? Então, vamos nessa:

1. Títulos Públicos

Os títulos públicos são amplamente reconhecidos como alguns dos investimentos mais seguros do mercado, uma vez que são emitidos pelo Governo — o que reduz, e muito, a possibilidade de qualquer forma de calote.

Esses papéis são disponibilizados por meio do Tesouro Direto, programa criado em uma parceria do Tesouro Nacional com a B3, em 2002, como um meio de arrecadar fundos para manter a máquina pública funcionando. Existem diferentes opções de títulos públicos, cada um com suas especificidades. Entre os mais conhecidos estão:

  • Prefixados: títulos com retornos definidos no momento da compra, podem contar com amortizações semestrais ou não;
  • Tesouro IPCA: com remuneração híbrida, tem seus rendimentos atrelados ao IPCA, além de ser acrescido por uma taxa prefixada de juros, que garante lucros acima da inflação;
  • Tesouro RendA+: criado como complemento à aposentadoria social, trata-se de um investimento de longo prazo com resgate em 240 parcelas, o que garante ao investidor, um rendimento mensal de 20 anos. Esse valor, vale citar, é corrigido pela inflação, garantindo a manutenção do poder de compra;
  • Tesouro Selic: como sugere o nome, é um título que acompanha a taxa básica de juros.

Com exceção do RendA+, todos os demais títulos públicos possuem liquidez diária, o que permite resgates a qualquer momento. A desvantagem é que esses ativos contam com taxas exclusivas, como a tarifa de custódia paga à B3.

2. Poupança

Por mais que seja a opção de menor rendimento, a caderneta de poupança segue consolidada como o investimento mais popular do país, sendo a principal opção para um entre cada quatro brasileiros

A remuneração da poupança conta com duas possibilidades de rendimento, a depender do nível da taxa básica de juros. Em ambos os casos, seu cálculo base é atrelado à Selic e a Taxa Referencial, conforme o explicado abaixo:

  • Selic igual ou abaixo de 8,5%: a rentabilidade do investimento corresponde a 70% da taxa básica de juros mais o valor da TR;
  • Selic acima de 8,5%: a rentabilidade passa a ser de 0,5% ao mês sobre o valor depositado mais a TR.

Antes de maio de 2012, só existia a segunda alternativa. Por isso, contratos feitos antes dessa data continuam seguindo a regra antiga. Entre as vantagens da poupança estão a isenção de IR, e a cobertura do FGC.

3. CDBs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) são títulos de dívida emitidos por instituições bancárias para financiar suas atividades de crédito. Segundo a taxa de rentabilidade, os CDBS podem ser: prefixados, pós-fixados ou híbridos. Uma das opções mais comuns é a pós-fixada atrelada ao índice CDI.

Da mesma forma que a poupança, os CDBs também são cobertos pelo FGC. No entanto, seus rendimentos são tributados segundo a Tabela Regressiva do IR.

4. Debêntures

As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas públicas ou privadas, que buscam levantar fundos para quitar dívidas ou realizar algum de algum projeto, sem recorrer à venda de ações ou ao empréstimo bancário.

Esses ativos também contam com categorias específicas, de acordo com a remuneração, além dos direitos ofertados aos titulares. Entre as debêntures mais comuns estão:

  • Conversíveis: dão a opção de trocar o valor do resgate por ações da companhia emissora;
  • Com warrants: além do pagamento dos juros determinados, dão ao detentor o direito preferencial de adquirir ações futuras da companhia, por valor definido em contrato;
  • Cupom Zero: não pagam amortizações. Todo o rendimento é resgatado de uma única vez, no vencimento;
  • Incentivadas: também conhecidas como “debêntures de infraestrutura”, as incentivadas são isentas de IR e destinadas a projetos de segmentos de interesse para o desenvolvimento do país, como a construção de rodovias, aeroportos, saneamento básico, energia, entre outros;
  • Ordinárias: modalidade mais comum, remunera o investidor com parcelas periódicas de juros;
  • Participativas: a remuneração do investidor é vinculada ao desempenho da companhia emissora;
  • Perpétua: não reembolsa o valor investido, mas paga juros periódicos por tempo indeterminado;
  • Permutáveis: permitem que o investidor converta seus lucros em ações de outra empresa que não a emissora.

Exceto as debêntures incentivadas, todas as demais são tributadas pelo IR. Ponto a se considerar: esses ativos não são protegidos pelo FGC.

5. LCI e LCA

Semelhantes às CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) também são emitidas por bancos. A diferença, aqui, é que são restritas às instituições com atividades de crédito relacionadas aos setores imobiliáriossetores imobiliário ou ao agronegócio.

A taxa de rentabilidade normalmente é pós-fixada, com rendimentos um pouco inferiores aos CDBs. Isso porque, são investimentos isentos de IR. Esses ativos também são protegidos pelo FGC.

6. CRI e CRA

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são títulos de dívida emitidos por securitizadoras como antecipação de recebíveis para companhias do setor imobiliário e do agronegócio, respectivamente.

São produtos isentos de IR sobre os rendimentos, que podem ser pré ou pós-fixados. Contudo, não possuem garantia do FGC.

7. Letras de Câmbio

As Letras de Câmbio (LC) são títulos emitidos por instituições financeiras, que não sejam bancos. Os rendimentos dependem da categoria do ativo, podendo ser: prefixados, pós-fixados ou híbridos.

São taxados pelo IR e assegurados pelo FGC.

Como investir em renda fixa?

Se você chegou até aqui, já está um pouco mais perto de investir em renda fixa. Isso porque o ponto de partida é justamente estudar e compreender esse mercado. Os próximos passos, acredite, são ainda mais fáceis:

  • Abra sua conta em uma corretora: como visto, empresas privadas e abertas, instituições bancárias e o governo podem emitir títulos de dívida. Isso não quer dizer que você precise abrir conta em cada uma dessas entidades para adquirir esses papéis. A forma mais prática é se cadastrar em uma corretora de valores para ter acesso a todos esses produtos em um só lugar. Para isso, basta acessar o site da corretora escolhida, preencher os dados pessoais solicitados, e esperar a confirmação de abertura;
  • Escolha seus investimentos: ao fazer seu login na plataforma da corretora, você terá acesso a todos os ativos de renda fixa que pode adquirir. É hora de analisá-los um a um, com base em suas metas, retornos e prazos, para escolher aqueles que melhor se encaixam em suas expectativas;
  • Realize a aplicação: já está decidido? Então, basta clicar em “comprar”, inserir a quantia investida e confirmar seus dados. O último passo é transferir o valor correspondente para a corretora. E pronto!

Agora é só esperar pelos retornos. Ao realizar o resgate, você pode escolher reinvestir seus lucros para dar ainda mais volume a seu patrimônio, ou usufruir de seus ganhos. 

Qual é a diferença entre Renda Fixa e Variável?

A grande diferença entre a renda fixa e a renda variável está na previsibilidade dos rendimentos

Na primeira, quem investe já sabe ou, ao menos, tem meios de prever qual será a sua remuneração desde o momento da aplicação. Ao apostar na segunda, por outro lado, ocorre exatamente o contrário: o investidor não tem segurança alguma de qual será o seu lucro — ou prejuízo. A renda, afinal, varia.

A partir desse antagonismo principal, é possível esmiuçar ainda outras divergências entre essas duas classes de ativos, tais como:

  • Rentabilidade: a remuneração da renda fixa é estável, a da renda variável, como sugere o nome, é instável. Na prática, isso quer dizer que, na primeira, o investidor recebe sempre o valor previsto, no prazo determinado. Na outra, pode ter, por exemplo, um lucro de 20% em um mês, seguido de um prejuízo de 15% no próximo. Essa imprevisibilidade, porém, é compensada com a possibilidade de obter rendimentos superiores à renda fixa;
  • Volatilidade: a instabilidade da renda variável ocorre porque esses ativos são muito mais sensíveis aos acontecimentos políticos e econômicos — internos e externos —  que afetam o desempenho do mercado financeiro. Por mais que também possam ter seus retornos impactados por algumas circunstâncias, as mudanças dos ativos de renda variável são bem mais sutis. Suas taxas de juros e vencimentos são ajustados de maneira suave, acompanhando a situação de captação de crédito e transformações macroeconômicas;
  • Segurança: essa diferença é quase intuitiva, basta se perguntar o que é mais seguro — um retorno previsível ou um incerto? A segurança quanto aos rendimentos, contudo, não é tudo neste quesito. Lembra que boa parte dos produtos de renda fixa contam com cobertura de até R$250 mil do Fundo Garantidor de Crédito? Pois então. Nem precisamos dizer, mas os produtos de renda variável não possuem nenhuma garantia desse tipo;
  • Perfil: ativos de renda fixa costumam ser indicados para investidores iniciantes ou conservadores, que são aquelas pessoas que prezam mais pela segurança do que pela possibilidade de grandes lucros. Já os ativos de renda variável são recomendados para investidores experientes ou arrojados, que não tem receio em correr riscos, se isso significa ter a chance de ganhar mais;
  • Benchmarks: os produtos de renda variável e os de renda fixa também seguem benchmarks diferentes — ou seja, indexadores referenciais. Os indicadores seguidos pelos produtos de renda fixa são o CDI, a taxa Selic, o IPCA e o TR. Já os produtos de renda variável podem acompanhar diferentes referenciais. Ações, por exemplo, podem tentar replicar o IBOV, enquanto os Fundos Imobiliários podem usar o IFIX como referência, e assim por diante.

Qual é a diferença entre investir em Tesouro Selic, fundo DI e CDB?

O Tesouro Selic, o fundo DI e os CDBs costumam ser comparados, uma vez que são todos investimentos de renda fixa pós-fixados. Contudo, existem duas diferenças sutis entre esses produtos, que devem ser consideradas ao decidir investir neles. São elas:

  • Rentabilidade: 
    • Tesouro Selic: de modo geral, oferecem a taxa Selic integral como remuneração;
    • Fundos DI: dado que devem ser formados por pelo menos 95% de títulos públicos, os fundos DI costumam aplicar também no Tesouro Selic. Uma vez que fundos cobram taxa de administração, a rentabilidade dessas cotas dificilmente consegue alcançar a integralidade da Selic;
    • CDBs: podem oferecer como remuneração um percentual da Selic ou da taxa CDI. Grandes bancos dificilmente ofereceram um retorno total da Selic. O normal é que essa remuneração fique na casa de 80% a 90%. Contudo, algumas instituições menores podem oferecer rendimentos superiores a 100% como forma de atrair investidores.
  • Segurança: 
    • Tesouro Selic: seu risco de crédito é considerado baixo, uma vez que é emitido pelo governo;
    • Fundos DI: seu patrimônio é apartado de instituições financeiras. Isso quer dizer que os recursos aplicados no fundo,no fundo estão seguros de qualquer problema financeiro enfrentado pelos emissores;
    • CDBs: é o único entre os três que possui cobertura do FGC, o que o torna um investimento bastante seguro.

Continue aprendendo sobre renda fixa na Finclass

Você que chegou até esse ponto, certamente já sabe muito mais sobre renda fixa do que antes de ter iniciado essa leitura, não é mesmo? 

Se esse for o caso, e se essa modalidade de investimento parece a mais correta para o seu momento, que tal se aprofundar ainda mais no assunto para entrar, de vez, no mercado financeiro com o pé direito?

Interessado? Então, se liga só: aqui na Finclass, temos um curso especial sobre Renda Fixa, administrado pela sócia da Nord Research, Marilia Fontes, profissional com mais de 15 anos de experiência no mercado financeiro.

Além de abordar em detalhes tudo que aquilo que resumimos ao longo deste artigo, ao longo de 13 aulas, Marilia te mostrará como é possível valer-se de análises macroeconômicas para obter retornos capazes de superar os da renda variável. Ou seja, é a oportunidade de aprender como ganhar muito, arriscando pouco! Gostou? Então dá logo o play!

Hugo Gonçalves
Hugo Gonçalveshttps://finclass.com/
Hugo é copywriter no Grupo PRIMO. Trabalha com finanças há mais de 7 anos.
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